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Citado na Lava Jato é eleito presidente do Senado do Brasil

Com 61 votos, o senador do PMDB, Eunício Oliveira, do Ceará, foi eleito nessa quarta-feira(1) presidente do Senado federal para os anos 2017 e 2018. O Senador José Medeiros, do PSD, teve apenas 10 votos. Outros 10 senadores votaram em branco.

Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi  citado na delação do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), no âmbito das investigações da Lava Jato.

Em julho do ano passado, veio à tona outra citação a Eunício, também na Lava Jato. Em delação premiada, o ex-diretor da Hypermarcas Nelson José de Mello disse que pagou R$ 5 milhões em despesas de campanha do senador do PMDB para o governo do estado em 2014. De acordo com o delator, os pagamentos foram feitos por meio de contratos fictícios, operados pelo empresário Milton Lira, alvo de um dos mandados de busca e apreensão da Operação Sépsis, nova fase da Operação Lava Jato deflagrada nesta sexta-feira (1º).

No depoimento, Mello relatou que o lobista lhe informou que foi procurado por um sobrinho de Eunício Oliveira, chamado Ricardo, que pediu ajuda para a campanha eleitoral do tio. Devido à “posição do senador”, o delator concordou em fazer o repasse.

“Que pagou despesas de empresas que prestava serviços à campanha de Eunício Oliveira; que ajudou mediante contratos fictícios; que o contrato foi no montante de R$ 3,350 milhões; que tratou com a esposa de uma pessoa que cuidava da campanha de marketing do governador, de Salvador, que são sócias de direito de duas empresas; que essas empresas não tinham capital social suficiente para o pagamento; que ao final se providenciou uma nova nota fiscal para totalizar R$ 5 milhões.”, diz trecho do depoimento.

Eunício pode estar implicado, ainda, no esquema do ex-governador do Rio Sérgio Cabral e do governador Luiz Fernando Pezão. Advogados teriam citado o senador em petições apresentadas à Justiça Federal, com o objetivo de tentar levar o processo para tribunais superiores. O caso diz respeito à suposta propina de R$ 2 milhões a Cabral que teria sido disfarçada de doação da Andrade Gutierrez ao Diretório Nacional do PMDB na eleição de 2010. O pagamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o recibo foi assinado pelo atual presidente do Senado, à época tesoureiro do PMDB.

 Eunício Oliveira foi o relator da PEC do teto de gastos, que limitou o orçamento da União pelos próximos 20 anos. No discurso antes da votação, Eunício defendeu mudanças na previdência e a agenda econômica do governo federal. Também falou sobre a unidade do Senado para vencer as crises políticas.

Já presidente, Eunício conduziu a eleição dos outros membros da Mesa Diretora do Senado. Para primeira vice-presidência foi eleito o senador Cássio Cunha Lima, do PSDB, o senador João Alberto, do PMDB, ficou com a segunda vice-presidência. José Pimentel, do PT, ficou na primeira secretaria.

Os senadores Gladson Cameli, do PP, Antonio Carlos Valadares, do PSB ,e Zezé Perrela, do PMDB, ficaram com a 2ª, 3ª e  4ª secretarias, respectivamente.