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Uber vai ter que explicar vazamento de dados de 196 mil brasileiros

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O Ministério Público do Distrito Federal pediu esclarecimentos à Uber sobre o vazamento de dados pessoais de usuários brasileiros, após a empresa de transporte executivo ter revelado, em novembro do ano passado, que as informações de 57 milhões de clientes e motoristas de todo o mundo tinham sido roubadas. Ao órgão, o aplicativo pediu um prazo de 15 dias para apresentar as explicações “diante da complexidade de obter os dados”. No site da Uber, consta a informação de que a violação de dados teria afetado cerca de 196 mil usuários do Brasil. A empresa, no entanto, afirma que o número ainda “não é exato e nem definitivo”. Questionada sobre o pedido do MP, a Uber afirmou em nota  que “já recebeu o ofício do MPDFT solicitando esclarecimentos e responderá fornecendo todas as informações necessárias”.

Um jovem que mora no estado norte-americano da Flórida, de 20 anos de idade, foi responsável pelo grande vazamento de dados do Uber Technologies no ano passado e foi pago pela empresa para destruir os dados através do chamado programa de “recompensa por bugs”, normalmente usado para identificar pequenas vulnerabilidades de códigos, disseram à Reuters três pessoas familiarizadas com os eventos.

O Uber anunciou em 21 de novembro que os dados pessoais de 57 milhões de usuários, incluindo 600 mil motoristas nos Estados Unidos, foram roubados em um vazamento ocorrido em outubro de 2016 e que pagou ao hacker US$ 100 mil para destruir os dados. Mas a empresa não revelou nenhuma informação sobre o hacker ou como ele recebeu o dinheiro.

Os programas de recompensas de bugs são projetados principalmente para proporcionar aos pesquisadores de segurança um incentivo para relatar fraquezas que eles descobrem nos softwares de empresas. Mas o cenário pode complicar quando hackers obtêm informações ilegalmente ou pedem resgate.

Um pagamento de US$ 100 mil dólares através de um programa de “recompensas por bugs” seria extremamente incomum, e um ex-executivo da HackerOne disse que representaria um “recorde histórico”. Os profissionais de segurança disseram que recompensar um hacker que roubou dados também estaria bem fora das regras normais de um programa de recompensas, onde os pagamentos geralmente estão na faixa de US$ 5 mil a US$ 10 mil.

De acordo com duas das fontes, o Uber efetuou o pagamento para confirmar a identidade do hacker e o fez assinar um acordo de não divulgação para dissuadir novas irregularidades. O Uber também realizou uma análise forense da máquina do hacker para se certificar de que os dados foram apagados, disseram as fontes.

Uma fonte disse que o hacker “vive com sua mãe em uma pequena casa e tenta ajudar no pagamento das contas”, acrescentando que os membros da equipe de segurança do Uber não quiseram processar um indivíduo que aparentemente não representaria ameaça adicional.