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Preso Jacob Barata Filho Rei da propina da Máfia do Ônibus

A Polícia Federal realiza na manhã desta segunda-feira (3) mais uma etapa da operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Desta vez, o foco da ação é a cúpula do transporte rodoviário do estado. Os agentes estão nas ruas para cumprir oito mandados de prisão, dos nove que foram expedidos.

Na noite de domingo (2), a força-tarefa da Lava Jato antecipou parte da operação e cumpriu o outro mandado de prisão, contra Jacob Barata Filho. Um dos maiores empresários do ramo de ônibus do Rio foi preso no Aeroporto Internacional Tom Jobim, ao tentar embarcar para Lisboa, Portugal. O empresário já estava na área de embarque quando foi detido. A polícia suspeita que ele ficou sabendo da operação e tentava fugir .

De acordo com a Polícia Federal, Barata já tinha mandado a família Portugal, uma atitude que indicaria uma provável fuga por ter conhecimento da investigação. Com o empresário, também foram apreendidos mais de R$50 mil em moedas estrangeiras.

O empresário Jacob Barata Filho, um dos principais empresários do setor de transporte em ônibus no Rio representa a segunda geração de uma família que já comanda os transportes no Rio há quase 50 anos. Ele foi preso pela Polícia Federal na noite deste domingo (2), na Operação Ponto Final, ao tentar deixar o Brasil em direção a Lisboa.

A família trabalha no ramo de transporte de passageiros há mais de 50 anos. A dinastia foi criada pelo pai, Jacob Barata, conhecido como “O Rei do Ônibus” e se estende por sete estados, atendendo 3 milhões de pessoas em 35 empresas.

O grupo Guanabara é responsável por 53 empresas no Brasil e Portugal, em empreendimentos no qual constam ainda a área financeira, com o banco Guanabara, além de concessionárias de veículos, hoteis e empreendimentos imobiliários.

De acordo com a Polícia Federal, no entanto, Barata já tinha mandado a família Portugal, uma atitude que indicaria uma provável fuga por ter conhecimento da investigação. Com o empresário, também foram apreendidos mais de R$50 mil em moedas estrangeiras.

De acordo com as investigações, foram rastreados R$ 260 milhões em propina pagos pelos investigados a políticos do estado. Agentes também fazem buscas nas cidades de São Gonçalo e Paraíba do Sul, no estado do Rio de Janeiro, e nos estados do Paraná e Santa Catarina.

 Rogério Onofre, ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (Detro), foi preso em Florianópolis . Agentes da PF também cumprem mandados de busca e apreensão na capital de Santa Catarina e no Leblon, na Zona Sul do Rio, em imóveis ligados a Onofre.

Segundo investigações, pelas mãos de Onofre passaram pelo menos R$ 40 milhões em propina. Ele é advogado, ex-prefeito de Paraíba do Sul – com dois mandatos – e foi indicado em 2007 pelo então governador Sérgio Cabral, também preso na Lava Jato, para a presidência do Detro, órgão que fiscaliza o transporte intermunicipal no Rio. Em um perfil no Facebook sobre sua gestão, Onofre diz que recebeu autonomia total para combater o crime.

Por volta das 6h30, agentes da PF estavam no apartamento de Lélis Marcos Teixeira, presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), na Lagoa, Zona Sul do Rio. Lélis já havia sido levado em condição coercitiva em outra operação da Lava Jato e desta vez tem um mandado de prisão con

Policiais federais também foram a um condomínio na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oestepara cumprir mandado de prisão contra José Carlos Lavoura, integrante do conselho da Fetranspor. Os investigadores, no entanto, receberam a informação de que ele está em Portugal. A Polícia Federal vai acionar a Interpol para encotrar Lavoura.

Outro alvo da operação é Marcelo Traça Gonçalves, presidente do Sindicato de Empresas de Transporte Rodoviário do Rio de Janeiro. Mais quatro pessoas que tiveram a prisão decretada ainda não tiveram a identidade revelada.

A operação desta segunda-feira foi baseada nas delações premiadas do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Jonas Lopes e do doleiro Álvaro Novis.

A Polícia Federal estava monitorando o empresário e antecipou a prisão, que aconteceria nos próximos dias, quando foi informada que Jacob embarcaria para Portugal com passagem só de ida.

O pai do preso na noite deste domingo, Jacob Barata, atua no ramo dos transportes via ônibus no Rio de Janeiro há várias décadas. Ele é conhecido como “Rei do ônibus” e é fundador do grupo Guanabara, do qual Jacob Barata Filho também é um dos gestores. Várias empresas do conglomerado atuam no transporte de passageiros no Rio. Os negócios da família também já se estenderam para outras cidades, estados e meios de transporte.

Mandados de prisão preventiva confirmados:

  • Jacob Barata Filho, empresário do setor de transportes, suspeito de ter recebido R$ 23 milhões em propina (preso)
  • Rogério Onofre, ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do RJ (Detro), suspeito de receber R$ 44 milhões (preso)
  • Lélis Teixeira, presidente da Federação das Empresas de Transporte do RJ (Fetranspor), suspeito de receber R$ 1,57 milhões (preso)
  • José Carlos Reis Lavoura, conselheiro da Fetranspor, suspeito de receber R$ 40 milhões (está em Portugal e a PF acionará a Interpol para inclusão na difusão vermelha)
  • Marcelo Traça Gonçalves, presidente do sindicato de ônibus e apontado como realizador dos pagamentos (preso)
  • João Augusto Morais Monteiro, sócio de Jacob Barata e presidente do conselho da Rio Ônibus, suspeito de receber R$ 23 milhões (preso)
  • Cláudio Sá Garcia de Freitas (preso)
  • Márcio Marques Pereira Miranda (foragido)
  • David Augusto da Câmara Sampaio (preso)

Mandados de prisão temporária confirmados:

  • Carlos Roberto Alves (preso)
  • Enéas da Silva Bueno (preso)
  • Octacílio de Almeida Monteiro (preso)