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Líder do governo investigado na Lava Jato diz que greve geral não atrapalha reformas

Após se reunir hoje (1º) à noite com o presidente Michel Temer e ministros para discutir o clima da base aliada com as reformas no Congresso, o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que a greve geral de sexta-feira (28) não deve atrapalhar as próximas votações.

Segundo ele, os participantes do encontro desta segunda-feira, no Palácio da Alvorada, fizeram uma avaliação “positiva” da aprovação dos textos da reforma trabalhista, ocorrida na semana passada na Câmara, e traçaram a programação dos próximos passos.

A expectativa do deputado é que uma “ampla maioria” aprove a reforma da Previdência na comissão especial que debate o tema. Ele disse ainda que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, esclareceu aos líderes da base na Câmara e no Senado a importância da votação das reformas para a “consolidação do ajuste” que vem sendo promovido pelo governo, e para trazer mais “credibilidade” ao país.

Aguinaldo Ribeiro concordou com a avaliação do Planalto sobre o impacto das mobilizações ocorridas há três dias contra as reformas.

“O governo já havia feito uma avaliação. Acho que houve muito mais um piquete em relação à mobilidade urbana do que propriamente adesão à greve. Adesão de greve é quando as pessoas deixam de trabalhar de forma espontânea para fazer uma manifestação espontânea em defesa ou em protesto de alguma coisa”.

Para o líder, o que houve foram piquetes das vias estratégicas tentando impedir que as pessoas fossem ao trabalho”, afirmou, complementando que os atos não devem ter grandes impactos nas votações.

Segundo Aguinaldo Ribeiro, o governo tem dialogado com partidos que manifestaram preocupações com alguns pontos das medidas. Ele exemplificou que “muito” do que o PSB criticava “foi atendido” com as alterações promovidas nas últimas semanas pelo Planalto. “Temos convicção de que temos maioria e teremos um placar majoritário [na votação da reforma da Previdência na comissão]. Estamos em um momento de consolidação da base”, acrescentou.

Sobre o convencimento da população dos pontos-chave da reforma da Previdência, Ribeiro concordou que trabalhar com a comunicação é um “desafio” para que se evitem a propagação de críticas com informações incorretas, como a de que o empregado precisaria trabalhar durante 49 anos para se aposentar.

Até a véspera da cassação do peemedebista Eduardo Cunha, Aguinaldo Ribeiro esteve próximo do ex-deputado, mas na hora da votação aberta acabou sucumbindo à pressão e votou pela perda do mandato.Eduardo  Cunha não o perdoou e o chamou de “covarde e hipócrita”. “A política detesta traidor”, desabafou Cunha em entrevista, um mês antes de ser preso.

Assim como Cunha, o novo líder do governo na Câmara também é alvo da Operação Lava Jato e investigado desde 2015. Ele é um dos nomes apontados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como supostamente parte de uma “organização criminosa” que atuava no âmbito da Petrobras. Quando o inquérito foi fatiado, a pedido de Janot, Ribeiro permaneceu entre os investigados na parte relacionada à atuação dos parlamentares do PP no esquema.

Família

O deputado não é o primeiro da família a ver seu nome citado em um escândalo de corrupção. Oriundo de uma família com longa trajetória política na Paraíba, Aguinaldo Ribeiro viu seu pai, o ex-deputado Enivaldo Ribeiro (PP-PB), ser mencionado por envolvimento no escândalo da Máfia das Sanguessugas, de 2006. Na época, parlamentares eram acusados de levar propina para direcionar emendas destinadas à compra de ambulâncias superfaturadas.

 

Agência Brasil