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Justiça federal suspende prisão domiciliar para mulher de Cabral

O desembargador federal Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), revogou a decisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que concedia regime de prisão domiciliar para Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador Sérgio Cabral. Com isso, ela permanecerá presa no Complexo Penitenciário de Bangu, onde cumpre prisão preventiva desde o dia 6 de dezembro do ano passado.

A liminar foi deferida nesta segunda-feira (20), em pedido apresentado pelo Ministério Público Federal, em mandado de segurança ajuizado no TRF2. A ordem vale até o julgamento do mérito do processo pelo colegiado, que ainda não tem data para ocorrer. A transferência de Adriana para prisão domiciliar havia sido determinada pela primeira instância da Justiça Federal do Rio de Janeiro na sexta-feira (17).

Em sua decisão, o desembargador ponderou que o juízo de primeiro grau já havia apreciado a questão anteriormente e que, desde então, não houve novos fatos para justificar a alteração da situação da custódia da acusada.

Abel Gomes ressaltou que a decisão beneficiando a ré criaria expectativas vãs para a própria acusada, que poderia vir a ser presa novamente, e para outras mulheres presas preventivamente, que não conseguem o mesmo direito.

Advogada, Adriana Ancelmo é suspeita de ter recebido dinheiro desviado de empresas de construção em seu escritório. Ela e Sérgio Cabral foram presos na Operação Calicute, desmembramento da Operação Lava Jato.

Há mais de 100 dias na prisão, Adriana Ancelmo está é responsável pela limpeza da própria cela e encontra o marido, Sérgio Cabral, duas vezes por semana. Ela é acusada lavagem de dinheiro e de ser beneficiária do esquema criminoso, que seria chefiado por Cabral. A ex-primeira dama é advogada e sócia-proprietária de um escritório de advocacia no Rio.

Durante investigações, os procuradores encontraram pagamentos feitos em espécie para compras de vestidos, aparelhos eletrônicos e até capas de chuva. Entre as compras realizadas por Adriana, está a de seis vestidos da estilista Letícia Bronstein e a aquisição de dois veículos elétricos por R$ 50.438. Ela também gastou R$ 72 mil em equipamentos gastronômicos, e outros R$ 56 mil em móveis. Sua caixa de joias foi confiscada.

(Fonte Agência Brasil )