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Presos de Bangu 3 tinham internet wifi nas celas

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Uma vistoria  no presídio de Bangu 3  do Rio de Janeiro levou à descoberta de que os detentos de uma das unidades de segurança máxima tinham regalias como rede de internet wifi nas celas.

A vistoria foi realizada na noite desta sexta-feira (3). Foram encontrados 23 aparelhos celulares, cocaína, maconha e um roteador – equipamento que distribuiu sinal de internet – artesanal. Todo este material estava escondido em buracos na parede e no lixo.

No presídio Bangu 3 estão presos os principais chefes do tráfico de drogas do Rio. O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciário, Wilson Camilo Ribeiro, disse que o Complexo de Gericinó tem falhas graves na segurança.

“O sistema penitenciário do estado do Rio de Janeiro hoje é um queijo suíço. Ele não tem uma norma fixa para funcionamento de nada, em determinados setores, não existe uma regra em padrão”, afirmou.

Foi  descoberto  um esquema de pagamento de propina dentro de Bangu por meio do qual os presos conseguiam sair da cadeia para passear e cometer crimes.

O esquema foi descoberto durante investigação sobre um atentado ocorrido em Olaria, Zona Norte do Rio, em novembro do ano passado. Policiais da delegacia da Penha descobriram que o preso Marcelo de Almeida Farias Sterque, condenado a mais de dez anos por roubo e assassinato, deixou a cadeia para matar. A vítima do crime sobreviveu e reconheceu Marcelo como o homem que disparou 13 tiros contra o carro dela.

A Vara de Execuções Penais determinou que Marcelo seja transferido paro o presidio de segurança máxima Bangu 1. A Secretaria de Administração Penitenciária disse que vai cumprir a decisão.

As investigações concluíram ainda que um outro preso, Waldemar Bastos Neto, foi o mandante do crime. Ele é condenado a 30 anos de prisão por homicídio e tráfico de drogas, e também cumpre pena no Complexo de Gericinó. Waldemar acreditava que a vítima estava incentivando a mulher dele a pedir o divórcio e contratou o comparsa Marcelo para executá-la. Escutas telefônicas revelaram à polícia que Waldemar pagava, recorrentemente, a agentes penitenciários para sair da prisão e encontrar a família.

“Em momento algum vamos passar a mão na cabeça, eu falo por mim e tenho certeza de que a categoria pensa da mesma forma. Nós não concordamos com esse tipo, a maioria dos agentes penitenciários do estado do rio de janeiro são pessoas do bem”, declarou o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciário, Wilson Camilo Ribeiro.

O secretário de Administração Penitenciária Erir ribeiro não quis dar entrevista sobre os dois casos. Em nota, a afirmou que tem mecanismos de segurança como scanners e detectores de metais pra evitar a entrada de materiais ilícitos no Complexo de Gericinó e destacou que abriu uma sindicância sobre a apreensão em Bangu 3.