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Arte de Portas Abertas movimenta bairro de Santa Teresa neste fim de semana

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O evento que todos os anos leva milhares de cariocas e turistas ao bairro de Santa Teresa, na zona central do Rio, chega neste fim de semana à sua 25ª edição, mantendo a proposta de oferecer ao público a oportunidade de interagir com os artistas plásticos em seus próprios ateliês. O Arte de Portas Abertas, organizado pela Chave Mestra – Associação dos Artistas Visuais de Santa Teresa, integra o calendário cultural da cidade e movimenta o bairro conhecido como o “Montmartre carioca”, numa alusão ao equivalente parisiense, também reduto de artistas.

Nos últimos anos, a festa da arte em Santa Teresa tem preservado seu charme mesmo com a ausência do tradicional bondinho e as lentas obras de reforma do sistema de transporte que serve ao bairro. Iniciadas depois do trágico acidente ocorrido em agosto de 2011, resultando na morte de seis passageiros de um bonde, elas agora tem prazo de apenas para o primeiro semestre de 2017, segundo afirmou na última terça-feira (21) o governador Luiz Fernando Pezão.

Com as calçadas de várias ruas já transitáveis, ao contrário do que ocorria em 2014, o acesso aos ateliês está mais fácil este ano, mas assim mesmo a produção do evento recomenda que as pessoas evitem ir de carro, por causa da dificuldade de estacionamento. Táxis, ônibus e vans, na falta do bonde, são a opção.

“O Rio de Janeiro todo enfrenta atualmente transtornos por causa de obras. Isto não é uma exclusividade de Santa Teresa”, comenta o artista plástico Edson Silveira, que integra o Conselho Deliberativo da Chave Mestra. “Em outros anos, já enfrentamos chuva forte, com desabamentos, no período do evento e mesmo assim o Arte de Portas Abertas foi feito”, lembra Edson, para quem o que preocupa mais é  o alto preço dos aluguéis, que tem de fato afastado artistas do bairro.

Há 12 anos com seu ateliê de gravura e pintura na Rua Paschoal Carlos Magno, Edson Silveira aponta como fator principal de motivação do evento a possibilidade do acesso direto ao ambiente de trabalho dos artistas. “Normalmente você tem acesso à arte numa galeria ou em um museu, onde não tem oportunidade de discutir com o artista o processo de produção. Neste sentido, o Arte de Portas Abertas tem funcionado como um dos grandes contribuidores para a  formação de um público interessado em arte no Rio. Um público fiel que todos os anos revisita nossos ateliês”, ressalta.

Também para o comprador habitual de obras de arte, o evento  proporciona bons negócios. “No ateliê a pessoa compra bem mais barato do que numa galeria e ainda pode negociar o preço com o artista”, diz Edson Silveira.

A expectativa dos organizadores é de um público este ano de 30 mil visitantes aos 25 ateliês e 15 espaços culturais, entre eles os museus Chácara do Céu e Casa de Benjamin Constant,  que integram o circuito. Ao todo são 65 artistas participantes, das mais variadas modalidades e técnicas das artes visuais contemporâneas: pintura, gravura, desenho, escultura, fotografia, instalações, infoarte, design, cerâmica, objetos, maquetes e arte popular.

Haverá também as intervenções urbanas especialmente concebidas para o evento, nos postes de rua entre o Largo do Curvelo e o Largo das Neves. E 14 restaurantes do bairro, oferecendo um cardápio especial, darão o suporte gastronômico aos visitantes em sua maratona pelas ladeiras e ruas com calçamento de pedra de Santa Teresa.

Os ateliês e espaços culturais estarão de portas abertas das 10h às 18h, no sábado e no domingo. Os endereços e a relação completa dos artistas participantes, assim como mapa, roteiros e informações de serviço estão disponíveis no site .

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