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Linha 4 do Metrô reaproveita toda a água utilizada na obra

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Na construção dos 16 quilômetros de extensão da Linha 4 do Metrô (Barra da Tijuca – Ipanema), a preocupação com o meio ambiente é constante. Em meio à complexidade da maior obra de infraestrutura urbana da América Latina, o Consórcio Linha 4 Sul e o Consórcio Construtor Rio Barra, responsáveis pela execução da obra, que é um projeto do Governo do Estado, mantêm seu compromisso ambiental e desenvolvem ações de sustentabilidade como forma de minimizar o impacto no entorno e preservar a natureza. Entre as medidas, estações de tratamento de água, reaproveitamento deste recurso nas atividades da obra, centrais de reciclagem, móveis com madeira reutilizada e até uma biblioteca sustentável.

O projeto de sustentabilidade do Consórcio Construtor Rio Barra (CCRB), responsável pelas obras entre a Barra e a Gávea, conta com estações de tratamento de água em todos os canteiros. A água resultante da escavação dos túneis neste trecho e utilizada pelos equipamentos de perfuração é tratada e totalmente reutilizada. A água reaproveitada pelos equipamentos também serve para a lavagem dos caminhões, máquinas e pneus de veículos que circulam nos canteiros. Desde o início das obras, cerca de 200 milhões de litros passaram pelas estações de tratamento – o que daria para abastecer quase 18.300 casas por um mês.

A ideia de reaproveitar a água vem do jumbo, o principal equipamento que faz as perfurações para colocação dos explosivos na rocha, que gasta cerca de 10 mil litros de água por hora. Depois de utilizada pelo equipamento, a água passa por decantadores a cada 300 metros, primeira etapa das estações de tratamento de água dos canteiros da Barra e de São Conrado, num ciclo que evita o desperdício. A obra da Linha 4 não descarta sequer um litro de água no mar ou rios e lagoas da região.

Estações de tratamento de efluentes

Entre Ipanema e Gávea, o Consórcio Linha 4 Sul (CL4S) mantém duas estações de tratamento de efluentes, que reaproveitam cerca de 130 mil litros de água por dia.

No canteiro de obras onde está sendo construída a Estação Antero de Quental, no Leblon, a água do rebaixamento do lençol freático é utilizada para umectação de ruas, o que reduz a poeira e contribui para a limpeza do entorno da obra, e também para lavagem de caminhões e equipamentos. Para impedir que esses veículos deixem os canteiros e sujem as ruas com terra e resíduos da obra, os engenheiros criaram o “lava rodas”, uma simples medida de “cuidado” com a cidade. Há um para cada frente de serviço. E no caso do canteiro da Estação Antero de Quental, que vai beneficiar 35 mil pessoas por dia, a partir de 2016, essa água passa por quatro caixas decantadoras, antes de retornar ao sistema e recomeçar o ciclo de reaproveitamento.

A mesma ideia foi adaptada para o “lava botas”, um mecanismo que capta e armazena a água que sai dos aparelhos de ar condicionado e serve para lavar as botas dos colaboradores que ali trabalham. Outro exemplo de reaproveitamento na Antero de Quental está nos tijolos feitos de refluxo de Jet Grouting, uma técnica usada para tratamento e impermeabilização do solo. Neste caso, a água que sobra do serviço – com restos de cimento e areia – é transforma em tijolos para pavimentar as áreas de circulação de pessoas no canteiro. Mais poroso, o piso reciclado permite que a água da chuva seja absorvida pelo solo, contribuindo para o ciclo da água e escoamento em dias de chuva.

No canteiro Igarapava, onde está sendo construído um poço que funcionará como saída de emergência e área de ventilação da linha metroviária, uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) trata diariamente cerca de 100 mil litros de água. Essa água é utilizada no próprio canteiro e também para limpeza dos arredores e umectação das ruas. Há outra estação em pleno funcionamento, desde março, na Central de Concreto, que é responsável por todo concreto produzido para as obras da Linha 4 na Zona Sul. Lá, por dia, são tratados cerca de 30 mil litros de água, usados para a limpeza das ruas e do entorno dos canteiros, além dos veículos e maquinário. A água com resíduos, resultante da lavagem dos caminhões betoneira, escoa para caneletas espalhadas por todo o terreno e ligadas à estação de tratamento. Depois de tratadas, parte da água é reutilizada para o lava rodas e a própria lavagem das betoneiras, numa vazão média de 25 mil litros por dia, e a outra parte é destinada à rede de drenagem pluvial.

E quem diria que os gotejos dos aparelhos de ar condicionado poderiam render tanto?! São cerca de 750 litros de água por semana que, somados à captação da água de chuva, são reutilizados para serviços de limpeza das salas, pisos e banheiros.

Mais de 300 mil pessoas vão usar a Linha 4 do Metrô

A Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro (Barra da Tijuca—Ipanema) é uma obra do Governo do Estado do Rio de Janeiro e vai transportar, a partir de 2016, mais de 300 mil pessoas por dia e retirar das ruas cerca de 2 mil veículos por hora/pico. Serão seis estações (Jardim Oceânico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz) e aproximadamente 16 quilômetros de extensão. A Linha 4 do Metrô entrará em operação no primeiro semestre de 2016, após passar por uma fase de testes. Será possível ir da Barra a Ipanema em 13 minutos e, da Barra ao Centro, em 34 minutos. Com a nova linha, o passageiro poderá utilizar todo o sistema metroviário da cidade com uma única tarifa, como da Pavuna até a Barra, por exemplo.