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Mostra no Rio revela a diversidade do cinema africano atual

Embora praticamente desconhecida no Brasil, a produção audiovisual africana, feita em muitos casos com financiamento e parceria de países do Hemisfério Norte, tem adquirido, nas últimas décadas, uma crescente presença no cenário internacional. A prova disto é a popularidade e o prestígio da chamada Nollywood, como é conhecida a produção da Nigéria, atualmente considerada a terceira maior indústria cinematográfica do mundo, atrás apenas de Hollywood e da Bollywood indiana.

A partir de amanhã (13), o público carioca terá uma oportunidade de conhecer um panorama desse cinema, tão variado quanto a quantidade de países do Continente Africano.   A Uhuru – Mostra de Cinema Africano Pós-Independência vai apresentar até o dia 23, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, um total de 24 filmes de doze países. São longas e curta-metragens, nos gêneros ficção, animação e documentário, produzidos ao longo das últimas quatro décadas.

Resultado direto da libertação das antigas colônias, a produção audiovisual africana é rica em temáticas e criatividade. Os filmes mostram as várias facetas da modernidade de um continente, geralmente vinculado no noticiário às guerras, às doenças e à miséria.

“A África tem 55 países e cada um tem sua própria cultura. O cinema africano é tão variado quanto o da Europa e o dos Estados Unidos”, diz a curadora da mostra, a ganense Jacqueline Nsiah. Segundo ela, o nome do festival, Uhuru, é uma palavra que significa liberdade em swahili, uma das línguas oficiais do Quênia, da Tanzânia e de Uganda. “Uhuru destaca a independência nos países africanos, o que dá o tom para este festival. Para entender o presente e construir o futuro, é preciso conhecer o passado”, explica Jacqueline.

O filme Heritage Africa, produção feita em Gana em 1989, é o destaque da abertura da mostra. A sessão, às 15h30, será seguida de um bate-papo com o diretor Kwaw Ansah. Além dele, vários outros cineastas vieram ao Rio e participarão de debates e mesas-redondas ao longo da mostra.

O cinema angolano, país de língua portuguesa, marca sua presença no festival com dois longas recentes, I Love Kuduro, de 2013, que será exibido no domingo (16), às 18h, e Njinga, Rainha de Angola, do mesmo ano, que poderá ser visto na próxima quarta-feira (19), às 18h30.  Também fazem parte da programação três filmes de Guiné-Bissau, outro país em que o português é a língua oficial.

Um outro destaque da mostra será o lançamento mundial da coprodução nigeriana e britânica The Rise of the Orishas, na quinta-feira (20), às 15h. No domingo (23), último dia da mostra, haverá uma homenagem a Nelson Mandela com a exibição de The Myth and Me (2013), produção sul-africana dirigida por Khalo Matabane.

As sessões serão de terça-feira a domingo, sempre a partir das 14h e com ingressos a R$ 4, a inteira, e R$ 2, a meia-entrada. A Caixa Cultural Rio de Janeiro fica na Avenida Almirante Barroso, 25, no centro.

 

(Agência Brasil)