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Secretário de Segurança do Rio diz que não afastará cúpula corrupta da Polícia Milita

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O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, assegurou hoje (17), que não fará nenhuma alteração no comando-geral da Polícia Militar (PM). Segundo ele, o comandante-geral da corporação, coronel José Luiz Castro de Menezes, vai permanecer no cargo.

Nesta segunda-feira (15), a Operação Amigos SA, desencadeada pelo Grupo Especial de Ações contra o Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança, desarticulou um esquema de propina envolvendo 24 policiais do 14º Batalhão de Polícia Militar (Bangu), zona oeste da capital fluminense.

Os militares são acusados de integrar uma quadrilha responsável por cobrar propina para não reprimir atividades ilegais praticadas no bairro. Mesmo com os 24 policiais acusados de envolvimento no esquema de propina, Beltrame fez uma avaliação positiva do comando da PM. “O melhor avaliador disso é a própria sociedade. Mas eu acho que os dados, os índices, mostram-nos que estamos no caminho certo. Podemos ter um problema aqui ou ali, mas essa é a nossa obrigação estar atento e poder resolver”.

O anúncio da permanência da cúpula da Polícia Militar no cargo foi feito durante a cerimônia de apresentação de 50 viaturas e 200 novos policiais para os municípios de Mesquita, Nova Iguaçu e Nilópolis, na Baixada Fluminense no 20° Batalhão da PM (Mesquita). O coronel Castro, presente à cerimônia, comentou sobre a prisão do ex-comandante do Comando de Operações Especiais (COE), coronel Alexandre Fontenelle, preso por envolvimento no esquema de propina.

O comandante-geral da PM afirmou que está à vontade no cargo e que ficará enquanto estiver nomeado para a função. Ele falou ainda que, até segunda-feira, quando estourou a Operação Amigos SA, “não havia nada que levantasse suspeita sobre o coronel Fontenelle”.

Segundo as investigações da Secretaria de Segurança e do Ministério Público, vans e carros irregulares parados em blitzes eram liberados a pedido do grupo que foi preso. Na casa do ex-coordenador de Operações do COE, major Edson Alexandre Pinto de Góes, os agentes encontraram R$ 420 mil.

Uma sindicância patrimonial vai apurar o enriquecimento ilícito dos acusados, que vão responder pelo crime de associação criminosa armada. Eles também serão responsabilizados por diversos crimes de concussão (extorsão cometida por servidor público), que serão apurados pela Justiça Militar Estadual.