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Presa suspeita de levar grávida para clínica de aborto

Vanuza Vais Baldacine, apontada como a mulher que dirigiu o carro que levou a auxiliar administrativa Jandira Magdalena dos Santos para uma clínica de aborto em Campo Grande, se apresentou na noite de segunda-feira, na 35ª DP (Campo Grande). Durante depoimento, Rosemere Aparecida Ferreira, apontada como a chefe da quadrilha, confirmou que Vanuza levou Jandira e outras duas grávidas para a clínica e que saiu de lá com a jovem antes de ela desaparecer, no dia 26 de agosto.

Contra Vanuza foi cumprido um mandado de prisão temporária. Além dela e de Rosemere, estão presos Marcelo Eduardo Medeiros e Mônica Gomes Teixeira. O falso médico Carlos Augusto Graça de Oliveira segue foragido. Ele teria atendido Jandira e em 2011 foi preso por exercício ilegal da profissão em uma clínica de aborto em Olaria.

Segundo a polícia, Marcelo Medeiros é o dono da casa alugada à quadrilha para fazer os abortos e sabia da prática ilegal na casa, já que Mônica Teixeira, sua esposa, era a recepcionista.

A mãe de Jandira, Maria Magdalena dos Santos, foi à Academia de Polícia Civil (Acadepol), no Centro, para fazer o exame de DNA. O teste vai esclarecer se um corpo achado dentro de um carro em Guaratiba, dia 27, é ou não de sua filha O laudo deve ficar pronto em 30 dias. Segundo a polícia, o veículo em que o corpo foi encontrado carbonizado, sem braços e pernas e com uma marca de tiro na cabeça, tem características semelhantes ao que Jandira teria entrado na Rodoviária de Campo Grande e que a teria conduzido à clínica.

O ex-marido da grávida, Leandro Brito Reis, 30 anos, afirmou que não se arrepende de tê-la levado ao encontro de Rosemere Aparecida. “Fiz com o coração. Ajudei e ajudaria de novo. O sofrimento dela se refletia na minha filha e eu não poderia ser indiferente”, disse.

Preocupado com a possibilidade de perder o emprego, devido às especulações de que teria envolvimento no sumiço da ex-mulher, Leandro criticou o fato de a polícia ter trazido à tona dois registros de ocorrência feitos por Jandira contra ele, em 2008 e 2010, por ameaças e agressões.

“Falar de coisas da minha vida pessoal não vai ajudar em nada. A questão do que aconteceu com ela é que precisa ser apurada. Não acho justo uma investigação que estava sob sigilo não zelar pela minha integridade”, frisou ele, que é vendedor.

Questionado sobre a demora de aproximadamente duas horas para responder a uma mensagem enviada por Jandira, às 10h06 do dia do sumiço, em que ela relatava estar em pânico depois de ter deixado a rodoviária, Leandro alegou que ligou para ela, mas o celular estava desligado. A mãe da jovem repetiu ontem que não acredita que o ex-genro tenha relação com o desaparecimento.