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Aplicativo Uber e motivo de reclamações de taxistas no Rio e em São Paulo

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O aplicativo  Uber é alvo de reclamações de taxistas no Rio e de um pedido de suspensão pela Prefeitura de São Paulo, que o considera clandestino, o aplicativo que conecta passageiros e motoristas particulares chegou ao Brasil há menos de 4 meses, mas diz que quem precisa mudar são os outros. Em ,porta-voz da empresa na América, afirma que o Uber quer atualizar o “quadro regulatório brasileiro” sobre transporte, nega o rótulo de aplicativo de caronas pagas e questiona a polêmica em torno do serviço, causada, segundo ele, por “donos de companhias de táxi indispostos a competir”. “Em muito tempo, não houve necessidade da indústria de táxis evoluir. Eles têm sido a única opção”, afirma Kasselman. “Isso não está no melhor interesse dos consumidores, nem nos do governo.

A cada vez que acontece um protesto de taxistas, os cadastros no Uber crescem milhares de vezes. São os usuários apoiando a entrada do Uber no mercado, pois força todos a melhorarem os serviços que fornecem”. O aplicativo chegou a São Paulo em 27 de junho e rapidamente entrou no radar da prefeitura da capital paulista, que em agosto apreendeu três veículos que usavam o Uber. Isso porque o serviço intermediado pelo app, que surgiu nos Estados Unidos sob o viés colaborativo de unir donos de carros e pedestres que rumavam para o mesmo lugar, fere a regulamentação brasileira. A lei federal 12.468, de 2011, estabelece que o transporte individual remunerado de passageiros é uma atividade privativa dos taxistas. Kasselman diz que a empresa conhecia as leis brasileiras antes de chegar ao país e conta que ela está conversando “com tomadores de decisões para encontrar um quadro regulatório permanente” no Brasil. No entanto, ele nega qualquer ilegalidade no serviço, já que, em sua opinião, o Uber não é contemplado pela legislação atual. “Acredito que algumas leis em que os reguladores têm se debruçado foram escritas décadas atrás, antes do iPhone existir, antes do mercado dos apps. É importante fazer essa questão: essas leis não deviam ser atualizadas? Elas não deviam refletir uma nova indústria que até anos atrás não existia?”, alega o executivo.

Sem anunciar, o Uber começou a funcionar no Rio de Janeiro em maio, tão discretamente que nenhuma autoridade se manifestou ainda sobre sua questionável regularidade. O serviço não é registrado pelas autoridades de transporte locais nem recolhe impostos. O aplicativo contou com a demanda de turistas estrangeiros no Brasil para a Copa, já acostumados ao serviço em seus países. Boa parte dos motoristas não fala inglês, segundo o condutor que me levava. Para atenuar o problema, muitos carregam uma cartilha com frases em inglês, como “Bom dia”, “Boa tarde “, “Boa noite “ e “Obrigado”. Como é de imaginar, não resolve. Dia destes, um passageiro americano bêbado embarcou em Santa Teresa, bairro da região central. Queria ir para o Aeroporto Internacional do Rio, na Ilha do Governador. “Ele tentou puxar papo. Eu sorria e acenava porque não entendi nada. Além de estar muito bêbado, só inglês”, disse o motorista. De táxi ou Uber, estaria igualmente incomunicável.

Investidores adoram o Uber, aplicativo de celular criado em 2009 no Vale do Silício, nos Estados Unidos. Ele apresenta motoristas particulares a clientes interessados em andar de carro, em troca de 20% do valor que o motorista cobra pela corrida. Em junho, a empresa anunciou que captara US$ 1,2 bilhão e valia US$ 18,2 bilhões no mercado. Isso faz dela a startup mais valiosa da história. Motoristas de táxi odeiam o Uber. Milhares de taxistas pararam o trânsito de capitais como Londres, Madri, Washington e Berlim, para protestar contra o que consideram concorrência desleal. Alheia aos protestos, a clientela cresce. O Uber não divulga detalhes sobre o tamanho de seu público. Segundo o site especializado em tecnologia Tech Crunch, ele cadastra 800 mil novos usuários por semana. O que os passageiros brasileiros acham do Uber? A pergunta poderá ser respondida em breve. Presente em 142 cidades, de 40 países.

O Uber promete “rapidez e conveniência” para quem quer se deslocar com conforto, sem usar o próprio carro. Na prática, é um táxi de luxo. Depois de baixar o aplicativo gratuito num smartphone, o usuário deve preencher um pequeno cadastro com nome, telefone celular, e-mail e número de cartão de crédito. Em cerca de cinco minutos, pude fazer minha primeira chamada: uma corrida entre o centro do Rio e Leblon, na Zona Sul, no início da noite. O aplicativo calculou que a corrida custaria cerca de R$ 49 – R$ 12 a mais do que a corrida num táxi comum, sem trânsito. Depois de confirmado o pedido, recebi uma mensagem com a foto do motorista que me buscaria, a placa e o modelo do veículo. No visor do celular, aparece um mapa em tempo real, indicando carros pretos conectados ao Uber espalhados pela cidade. Podemos acompanhar o carro se aproximar e o tempo de chegada até o ponto de embarque. O prazo de chegada prometido inicialmente, cinco minutos, foi recalculado até o carro chegar de fato: 18 minutos. Até aqui, a experiência é semelhante à dos aplicativos de táxi que se tornaram onipresentes no Brasil.
Nos Estados Unidos, o Uber investiu em carros suntuosos, como limusines, lançamentos e extravagâncias, como um DeLorean igual ao do filme De volta para o futuro. Em minha experiência, fui recebida por um Citroën C4 Pallas preto, de vidros escuros. Lançado em 2008, o carro médio, bastante espaçoso, saiu de linha no ano passado. O motorista, de terno e gravata, abriu a porta de trás e abasteceu o porta-copos do banco do carona com água mineral – sem perguntar se eu estava servida. Ao voltar ao volante, pediu desculpas pelo atraso.

 Nos Estados Unidos, o serviço saí mais barato que o táxi, ao contrário do que acontece no Brasil. O Uber chegou aqui como uma opção de transporte mais sofisticado.
O custo e debitado no cartão de crédito, conforme a mensagem enviada cerca de duas horas depois da corrida com a confirmação de valor, trajeto e duração.