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Mães de alunos do Colégio Tasso da Silveira reclamam da falta de aulas e de psicólogos

Mães de alunos reclamam da falta de aulas e do precário atendimento psicológico oferecido pela Prefeitura as vesperas do massacre fazer um mês na  escola Municipal Tasso da Silveira, emRealengo (zona oeste do Rio de  janeiro). Eliane Ferreira (26 anos), é mãe de dois adolescentes que presenciaram o massacre, ela falou que seus filhos foram atendidos por psicólogos apenas uma vez e já foram dispensados de sessões futuras.

– Essa é a cara do brasil e o jeito dos políticos brasileiros governarem. Esse é o mais claro exemplo de que o povo brasileiro não tem com quem contar pois nem diante da tragédia que ocorreu aqui na escola, os nossos governantes se sencibilizam – declarou o pai de um aluno.

– Os Assistentes Sociais e Psicólogos sumiram. Os pais que não podem pedir transferência já aceitam que o ano letivo foi perdido. Até agora nada de aulas. Levaram as crianças para passear e até trouxeram equipe de funk, mas não falaram nada sobre a retomada do estudo – declarou outra mae.

Segundo psicólogos de uma das clínicas credenciadas para acompanhar os alunos a demanda é grande, 200 pessoas entre alunos e parentes, aguardam o agendamento para as consultas. A prioridade agora é o atendimento de 50 casos de transtorno do estresse pós-traumático, depressão e picos de pressão envolvendo os feridos e parentes das crianças mortas. Alguns destes atendimentos são feitos a domicílio.

Mesmo entre os feridos, o atendimento não foi tão rápido. Carlos Matheus, de 13 anos, ferido no braço e de raspão no peito, só teve sua primeira consulta com uma psicóloga hoje. A sessão durou uma hora e meia. A mãe do aluno, Carla Vilhena acha que o tratamento não vai funcionar. Mesmo traumatizado, Carlos pediu à mãe para continuar na escola.

– Ele sempre foi alegre, agitado. Agora quer ficar deitado, não quer muita conversa.

Durante toda esta semana, os alunos da Tasso da Silveira assistiram gratuitamente ao filme Rio, em uma promoção do shopping Sulacap, na zona oeste. A sessão de cinema foi tranquila, mas nem sempre os planos de diversão funcionam. Na terça-feira (3/5), o som da equipe de funk Furacão 2000 assustou uma aluna. As mães  reclamaram  também de outro passeio. Os 50 alunos das salas onde o atirador matou 12 estudantes visitaram o Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo (na zona sul). Os alunos do 7º e 8º ano foram ao museu de armas utilizadas pelos soldados na 2ª Guerra Mundial. A empregada doméstica Maria Valéria Barbosa de Faria, de 38 anos, questiona esse tipo de iniciativa.

– Ela já passou por um trauma e ainda levam a menina para ver uma coisa desta? 

A secretária municipal de Educação, Claudia Costin, esteve hoje na escola para uma reunião com pais e psicólogos. Segundo a Secretária, desde o dia da tragédia, 15 psicólogos já atenderam mais de 380 pessoas, entre elas alunos, professores e familiares envolvidos. Cento e dez atendimentos foram individuais de alunos. De acordo com a Secretária, toda a comunidade escolar que solicitar atendimento psicológico será atendida.