
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) manteve a condenação do cantor Leandro Lehart, 52 anos, vocalista e fundador do grupo de pagode Art Popular, por crime de estupro e cárcere privado. A decisão foi publicada em 16 de setembro, após a defesa ter seu recurso rejeitado. Lehart enfrenta uma sentença de nove anos, sete meses e seis dias de prisão em regime fechado.
O caso remonta a 2019, quando Lehart foi acusado de estuprar uma mulher com quem se relacionou e de mantê-la trancada em um banheiro de sua casa. A denúncia inclui relatos de situações degradantes e escatológicas enfrentadas pela vítima.
Na quarta-feira, 18, Leandro usou seu perfil no Instagram para se manifestar, compartilhando um comunicado de seus advogados. No texto, a defesa reafirma a inocência do cantor e anuncia que irá recorrer da decisão.
A condenação inicial ocorreu em setembro de 2022, na 17ª Vara Criminal de São Paulo, com a permissão para que Lehart recorresse em liberdade. A vítima, que conheceu o artista pela internet, afirmou ter sofrido graves consequências emocionais, incluindo a demissão do trabalho e tentativas de suicídio.
Rita de Cássia Corrêa deu detalhes do crime que resultou na condenação do cantor Leandro Lehart, foi ela quem denunciou o artista, que deve responder pelos crimes de estupro e cárcere privado. Em entrevista ao “Fantástico” no último domingo, 18, Rita contou que se aproximou do músico em 2017 e que tiveram relações sexuais consentidas. Em 2019, no entanto, ela viveu uma situação de abuso. Leandro teria forçado um ato sexual na casa dele e, como ela tentou impedir, ele a deixou trancada no banheiro. “Comecei a me debater pedindo para ele parar e tentando tirá-lo de cima de mim, mas eu não conseguia”, declarou a vítima chorando. “Ele disse: ‘Você acha que eu queria o quê? Relacionamento? O que você acha que eu gostaria de uma negrinha como você?’. Que não era para eu contar para ninguém, divulgar na mídia, procurar a polícia. Porque eu nem teria condições de pagar um advogado para me defender, que o dinheiro que ele tem, os advogados dele iam agir contra mim, que eu ia sair com uma aproveitadora.”
De acordo com Rita, após o abuso sexual e as humilhações envolvendo um comentário de teor racista, o cantor chamou um motorista de aplicativo para levá-la embora. Ela disse que chegando em casa foi direto para o banheiro: “Já ali no chão mesmo, me despenquei a chorar e fiquei muito tempo ali tentando me higienizar, tentando tirar todo aquele cheiro horrível, aquele gosto, escovando meus dentes. Ali embaixo do chuveiro”. O episódio afetou o lado emocional de Rita, que perdeu o emprego e tentou suicídio. “Me joguei de um lance de escadas muito grande, ali no desespero. Querendo fugir de tudo que eu estava passando”, afirmou. Leandro nega as acusações de Rita e, em nota divulgada nas redes sociais, declarou: “Estou sendo vítima de uma grande injustiça, mas a verdade vai prevalecer em breve. São 40 anos de carreira e 50 anos de vida acreditando na justiça, e mesmo que ela tarde, ela não falha. E a maldade não prevalecerá nunca”. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) confirmou a condenação e informou que o músico “poderá recorrer da sentença em liberdade”.