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Cinco voluntários morreram baleados no RJ durante a pandemia

A violência armada atingiu também as ações humanitárias nestes dois anos de pandemia. De acordo o Instituto Fogo Cruzado, houve oito casos de interrupções de distribuição de cestas básicas, por conta de tiroteios, em operações policiais na Região Metropolitana do Rio. Ao todo, sete voluntários foram baleados. Cinco deles não resistiram e morreram.
Ainda conforme o Fogo Cruzado, a ADPF 635, também chamada de ADPF das Favelas , decretada em 5 de junho de 2020, foi uma medida do Supremo Tribunal Federal para reduzir a letalidade policial, restringindo operações policiais nas favelas do Rio de Janeiro até o fim da pandemia.
A Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia da Covid-19 no dia 11 de março. E desde então, movimentos sociais, igrejas e voluntários do Rio de Janeiro passaram a buscar formas de ajudar a população.
Desde que a pandemia começou, conforme levantamento do instituto, houve 8.865 tiroteios na Região Metropolitana do Rio. Destes, 2.410 (27%) ocorreram durante ações/operações policiais. Nos dois anos anteriores à pandemia (11/03/2018 a 10/03/2020), houve 16.372 tiroteios, sendo 4.112 deles (25%) em ações/operações policiais.
“Tais números mostram que não somente os tiroteios caíram 46% durante a pandemia, mas os tiroteios em ações policiais também reduziram 41%. Apesar da queda, a porcentagem de tiroteios em ações policiais (27% e 25%, respectivamente) se manteve praticamente estável.”, avaliou o Fogo Cruzado.
Para Maria Isabel Couto, diretora de programas do Instituto Fogo Cruzado, segue sendo urgente a criação de um plano de atuação das polícias em operações. No início de fevereiro, dentro do escopo da ADPF 635, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu um prazo de 90 dias para que o governo do Rio apresentasse um plano de redução da letalidade policial.

“A criação de um protocolo de atuação mais seguro é fundamental não só para os moradores de favelas, que sempre estão na linha do tiro, como também para os próprios policiais. Segurança pública é feita também com inteligência”, afirma Maria Isabel.