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Mãe que torturava filha em Rio Bonito é presa em Tanguá

Uma jovem de 22 anos era mantida em cárcere privado e torturada com uma barra de ferro dentro de casa em Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio, segundo informações da Polícia Civil. Os acusados dos crimes são a mãe e o padrasto da vítima.

A Polícia Civil de Rio Bonito conseguiu prender, nesta quarta-feira (10), o casal na casa de um parente em Tanguá. Segundo a polícia, eles estavam se preparando para fugir.

De acordo com a polícia, as investigações apontaram que o padrasto instigava a mãe da vítima e, juntos, agrediam a jovem. Eles também ameaçavam o irmão da vítima para que ele não os denunciasse, segundo a polícia.

O  irmão disse que presenciou algumas das agressões, mas tinha medo de denunciar porque era ameaçado constantemente pelo padrasto.

“Ele me olhava de uma forma muito estranha, sempre desconfiado de que eu estava contando o que acontecia em casa para alguém. Ele hackeou os emails e redes sociais minhas e da minha irmã. Ele dizia ‘se você falar com alguém eu vou saber’ e falava que iria me matar. Eu tinha muito medo do que ele poderia fazer”, conta o rapaz.

A vítima era mantida em cárcere privado era jogada em um colchão na casa no bairro Rio Vermelho, em Rio Bonito.

As prisões foram em cumprimento a mandados de prisão preventiva pelos crimes de tortura qualificada por lesão corporal, cárcere privado e ameaça, todos expedidos pela Justiça de Rio Bonito.

Segundo a Polícia, parte do crânio chegou a ficar deformada por conta dos golpes na cabeça da vítima, que está internada em um hospital desde maio. Ela sofreu graves lesões na cabeça e nos joelhos devido às constantes agressões que ocorriam diariamente.

De acordo com as investigações, que começaram em maio, Eduardo Vieira Conceição e Simone da Silva Campos agrediam, diariamente, a vítima com um cinto e uma barra de ferro. O casal colocava panos nas janelas e música no volume máximo para evitar que os vizinhos escutassem as agressões.

As ações se estenderam por cerca de quatro meses, segundo o irmão da vítima, até o dia 6 de maio quando a jovem foi levada para a UPA, após denúncias anônimas.

“Eles começaram a bater com cano de pvc, aí depois batiam com a barra de ferro da cadeira. No final ela já não andava mais porque tinha perdido o movimento das pernas por causa das agressões”, conta o irmão, que afirma que além das lesões na cabeça e pernas, ela também teve um dente quebrado.

A polícia informou que a motivação das agressões diárias seria porque a jovem é filha de outro homem e porque ela havia tido, no passado, um relacionamento amoroso com um ex-companheiro da mãe.

“Tudo que ele acusava a minha irmã de ter feito, ela primeiro negava e depois acabava confessando. Eu acho que ela fazia isso por medo deles baterem nela, mas não adiantava porque confessando ou não, eles batiam da mesma forma”, afirma o irmão.

A polícia disse ainda que Eduardo já responde a um processo criminal semelhante, por crime de cárcere privado.

“Minha mãe não era assim, ela se transformou quando esse cara chegou na vida dela. Ele destruiu a minha família. Estou triste, mas aliviado porque agora eles vão pagar pelo que fizeram”, desabafa o irmão, acrescentando que: “Prometi a minha irmã que nunca mais vou deixar ela passar pelo que passou”.

De acordo com a família da vítima, ela está internada no Hospital Regional Darcy Vargas, em Rio Bonito, e consciente. Ainda segundo parentes, a jovem aguarda transferência para um hospital da capital, onde irá passar por cirurgia.