A água do Rio Paraopeba, contaminada há um ano pelo rejeito de minério despejado no rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, e ainda imprópria para uso, inundou casas e ruas de Juatuba (MG) durante as chuvas dos últimos dias.
Os moradores temem o contato com materiais tóxicos. Eles reclamam de falta de orientação dos órgãos públicos de como lidar com essa lama.
A prefeitura de Juatuba admite a possibilidade de que a lama tenha metais pesados, mas diz que ainda fará testes para avaliar a presença e o nível de tóxicos, com ajuda da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semad).
Ainda não há previsão de datas para estes testes.
A preocupação é ainda maior pelo fato de haver casas que usam cisternas de água, atingidas pela inundação do rio. A prefeitura orientou os moradores a não usar essas cisternas e diz que está fornecendo água de caminhões-pipa para eles.
A água do Rio Paraopeba ainda continua imprópria para uso um ano após o rompimento da barragem da Vale.
Uma das preocupações era de que o minério no leito do rio fosse revolvido quando chegasse a próxima temporada de chuva, voltando à superfície e piorando a qualidade hídrica de novo. Esta preocupação poderá ser avaliada agora.
Enquanto isso, as pessoas que tiveram suas casas alagadas nos últimos dias têm medo até de entrar para avaliar os danos e limpar os cômodos e objetos, com medo do contato com material tóxico.
O Prefeito de Juatuba, Antônio Adônis Pereira (Patriota), diz que uma parte das casas foi inundada pelo Ribeirão Mateus Leme, que não foi diretamente afetado pela lama de Brumadinho. O ribeirão desemboca no Rio Paraopeba. Mesmo assim, o material dessa inundação também será examinado.
“Também demos assistência a todos os desabrigados”, afirma o prefeito. Sobre os locais afetados pela água do Paraopeba, ele diz que “tem chance de contaminação de metal pesado, o rio transbordou e provavelmente deixou esse material.”
“Já decretamos emergência no município e, na segunda-feira teremos uma reunião de todos os secretários para agilizar os exames todas as medidas”, diz Antônio Adônis Pereira.