Os Correios anunciaram o fechamento de mais 161 agências próprias até o dia 5 de julho. Os motivos são “readequação da rede de atendimento e da força de trabalho”. A maior parte das agências é no estado do Rio de Janeiro, sendo 24 na capital fluminense. Em seguida vem o estado de São Paulo, com 26 agências, sendo 15 na capital paulista .
De acordo com os Correios, “o atendimento será absorvido por outras agências próximas, sem prejuízo da continuidade e da oferta de serviços e produtos”.
A maioria das unidades que serão desativadas ocupa imóveis alugados e está próxima de outras agências.
Os empregados dessas agências serão transferidos para outras unidades com vagas em outros municípios ou poderão optar pelo reenquadramento de atividade. Quem for atendente comercial das agências que serão fechadas pode pedir transferência para o cargo de carteiro, segundo comunicado interno dos Correios.
Outra opção aos atendentes comerciais é aderir ao Plano de Desligamento Voluntário (PDV) anunciado este mês, cujas inscrições vão até 12 de junho. Os Correios esperam a adesão de 7,3 mil empregados.
Para os demais cargos, até a data de fechamento das agências, haverá orientação sobre a transferência para unidades que abrangem a atividade ou especialidade do cargo.
“A iniciativa tem, dentre outros objetivos, assegurar maior produtividade e garantir unidades rentáveis, sem comprometer, no entanto, a universalização dos serviços postais”, informa a empresa pública. Os Correios têm cerca de 11 mil pontos de atendimento em mais de 5.500 municípios brasileiros.
A empresa pública está tentando enxugar sua estrutura administrativa em meio à crise financeira – entre 2015 e 2016, a estatal acumulou prejuízos de R$ 4 bilhões. Uma das medidas foi fechar agências no país. Em 2017, foram 250 unidades localizadas em municípios com mais de 50 mil habitantes. No ano passado, foram 41 agências fechadas.
Além disso, os Correios reduziram sua parte nos custos do plano de saúde dos funcionários e anunciaram a implantação de unidades compactas dentro de estabelecimentos comerciais.
O presidente da estatal, general Juarez Cunha, declarou que estão sendo feitos estudos para a abertura de capital da empresa.
A abertura de capital seria uma alternativa à privatização da empresa pública, a que Cunha se opõe. No mês passado, o presidente Jair Bolsonaro teria dado aval para a privatização dos Correios.
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De acordo com o presidente da estatal, Guilherme Campos, uma das causas da falta de caixa da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos , foram as antecipações de dividendos, feitas entre 2007 e 2013, da ordem de R$ 6 bilhões. Como estatal, os Correios devem repassar parte do seu lucro para o Tesouro Nacional, o que, segundo Campos, foi feito“sem dinheiro disponível para tantas retiradas”. A empresa chegou a pedir um aporte de capital de R$ 840 milhões, que foi negado pelo Tesouro Nacional.
A reestruturação dos Correios, proposta nesta semana, prevê o corte de um número significativo de cargos de chefia e gerência, afirmou o presidente da estatal, Guilherme Campos. Com as mudanças, afirmou Campos, a empresa deve reabrir na próxima semana uma nova rodada do Programa de Desligamento Incentivado (PDI). Seria a terceira rodada do PDI. “Estamos vendo a possibilidade de reabrir o PDI. Já chegou a demanda após a reestruturação da empresa”, disse. Segundo Campos, muita gente que estava confortável dentro da empresa com as gratificações pagas começou a ponderar a opção pelo PDI após o anúncio dos cortes. Com a terceira rodada, disse Campos, os Correios esperam superar a meta inicial, que era a adesão de 8 mil funcionários no PDI. Até agora, cerca de 6,5 mil servidores da estatal já entraram no programa. Na primeira rodada foram cerca de 5 mil funcionários e, na segunda, que foi finalizada na semana passada, foram 1.500. Campos explicou que será preciso esperar o resultado final do PDI e os avanços obtidos com a reestruturação antes de se falar em demissão de servidores concursados.
Economia: A reestruturação dos Correios faz parte de uma ação para trazer as contas da estatal para o azul. Só o corte de gerencias, afirmou o presidente, vai gerar uma economia anual que pode chegar a R$ 50 milhões. A empresa soma cerca de R$ 4 bilhões de prejuízo entre 2015 e 2016. Com a reestruturação, os Correios passaram a contar com uma vice-presidência Comercial, uma de Operações, uma de Canais e uma de Negócios e Governo. Segundo Campos, a empresa unificou as equipes. Antes, cada área da empresa – postal, encomendas, logística e varejo – tinha uma equipe de venda, de marketing e operação. “A operação era tão separada que às vezes havia ociosidade na área de encomendas, mas a de logística estava sobrecarregada”, explicou.
Publicado em 27 de maio de 2017