Um morador da Muzema, Zona Oeste do Rio, usou uma carta para denunciar práticas da milícia que age na região. No bairro, 24 pessoas morreram após a queda de dois prédios em abril. As residências eram ilegais e comercializadas pelos milicianos.
A carta, escrita com caneta vermelha, mostra o desespero do morador. Segundo ele, as últimas operações da polícia devido à queda dos prédios não abalaram os negócios dos milicianos.
Ele conta que a população está sendo obrigada a pagar “mensalidades, seguro de vida” e “se não pagar seus impostos, perde a casa ou paga com a própria vida”.
Segundo a carta, bandidos dos bairros das redondezas, como Taquara, Rio das Pedras e Gardênia, estão monitorando os moradores. “Não podemos contar com a PM, estão juntos com o chefe da facção”, disse o morador na carta.
No relato, o homem conta que há funcionários da milícia nas ruas e becos da comunidade com blocos, anotando e cobrando pedágio. Ainda segundo o relato, eles andam armados com fuzil e batem de porta em porta ameaçando aqueles que não pagaram.