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Justiça do Rio determina prisão do DJ Rennan da Penha

A Justiça do Rio decretou, na tarde desta sexta-feira, que seja expedido um mandado de prisão contra Rennan da Silva Santos, de 25 anos, conhecido como DJ Rennan da Penha. O artista que é idealizador do ‘Baile da Gaiola’ baile funk promovido na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio, já foi preso em 2016 também por associação ao tráfico. Dessa vez, Rennan deverá cumprir, segundo a decisão, 6 anos e 8 meses em regime fechado.

O baile – que acontecia todos os sábados – chegou a reunir quase 30 mil pessoas durante uma edição comemorativa do aniversário do DJ. “Uma marca histórica, apesar de imprevistos”, comemorou Rennan da Penha nas redes. O DJ, um dos mais famosos do Rio e queridinho de jogadores de futebol, tem músicas com letras controversas de apologia às drogas.

Tema de diversas músicas, o “Baile da Gaiola” já apareceu em letras de Dennis DJ, Mc Livinho, Mc Maneirinho e Mc Kelvin. Os vídeos somam 225 milhões de visualizações no Youtube.

Referência no mundo do funk, Rennan já teve participações em músicas do Nego do Borel e foi um dos convidados do bloco Fervo da Lud, da cantora Ludmilla.

Na decisão, o desembargador Antônio Carlos Nascimento Amado, da Terceira Câmara Criminal, aponta que Rennan tinha a função de “olheiro” ou “atividade”, relatando a movimentação dos policiais.

No processo, uma testemunha aponta Rennan como “DJ dos bandidos”, “sendo ele responsável pela organização de bailes funks proibidos nas comunidades do Comando Vermelho, para atrair maior quantidade de pessoas e aumentar as vendas”.

Uma outra testemunha informou que a participação de Rennan dentro da organização criminosa, era “informar a movimentação dos policiais, através de redes sociais e contatos no aplicativo WhatsApp”. Ele teria usado as frases “o Caveirão está subindo pela Rua X” e “a equipe está perto do ponto tal” para dar informações aos traficantes.

  A decisão também determinou a prisão de outros dez denunciados além de Rennan.

Baile comemorativo

Em julho de 2018 o baile funk, no Complexo da penha, reuniu cerca de 25 mil pessoas e gerou polêmicas nas redes sociais. Em comemoração ao aniversário do DJ residente do evento Rennan da Penha, o baile começou na noite de sábado e só terminou às 16h de domingo, com o público espalhado por seis ruas residenciais e duas avenidas da comunidade Vila Cruzeiro, e música nas alturas.

Na época, a Polícia Militar informou que atuou com policiamento diferenciado na região nos dias do evento, com reforço aos acessos da comunidade e no BRT. Tanto a PM como a Prefeitura afirmaram que a festa acontece sem autorização, de forma irregular, mas que a Comlurb  realizou a limpeza do local.

Um pedido de habeas corpus foi apresentado à Justiça para Rennan aguardar em liberdade a decisão de terceira instância. Segundo a defesa, caso o pedido não seja acatado, o DJ será apresentado.

“Tirar uma pessoa que saiu de uma comunidade carente e ascendeu a um nível de artista para encarcerar? Com qual objetivo? O que ele fez de errado?”, questionou o advogado de Rennan Nilsomaro Rodrigues. Ainda segundo ele, o DJ tem shows marcados até o fim de julho deste ano.

A investigação aponta ainda que Renan tinha fotografias ostentando armas de grosso calibre. A defesa nega as acusações. “Isso aconteceu há uns anos, quando ele estava começando. Fez alusão a um fuzil mas era réplica, um simulacro. Nesse aspecto, ele já foi julgado e absolvido pela juíza [em primeira instância]”, disse o advogado.

Nas redes sociais, fãs do DJ mostram insatisfação com a decisão.