Um temporal com ventos muito fortes atingiu o Rio de Janeiro na noite desta quarta-feira (6). A cidade entrou em estágio de crise às 22h15 e a Prefeitura recomenda que moradores evitem sair de casa.
Segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro, três pessoas morreram durante a forte chuva. As mortes foram registradas em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste, e na Rocinha, na Zona Sul.
Marcello Crivella disse que a morte na Rocinha foi causada por um deslizamento. Em Guaratiba, o desabamento de uma casa provocou a morte de uma mulher. Nesta mesma ocorrência, mais uma pessoa foi encontrada morta por volta das 3h. Dois homens ficaram feridos e foram levados ao Hospital Lourenço Jorge.
Marcello Crivella também afirmou na entrevista que um ônibus foi atingido por um deslizamento e atirado contra uma ciclovia, na Avenida Niemeyer. Não há informações sobre feridos e bombeiros estão no local. Dois passageiros estão desaparecidos. Um trecho da ciclovia caiu próximo ao número 595, segundo moradores da região. Duas pessoas haviam morrido em um desabamento na mesma ciclovia em abril de 2016.
Até a madrugada desta quinta-feira (7), foram registradas 64 quedas de árvores e 17 bolsões d’água em decorrência do temporal.
Por volta da 1h, o Centro de Operações do Rio informou que a chuva enfraqueceu, mas a recomendação é para que a população continue evitando se deslocar pelo município, principalmente nas Zonas Sul e Oeste.
Segundo a Defesa Civil, não há mais previsão de chuva forte para as próximas horas.
Ao todo, foram registrados 4 deslizamentos: 3 no Rio e 1 na Região Metropolitana. Os 3 no Rio ocorreram em Barra de Guaratiba, na Rocinha e em Inhaúma. O da Região Metropolitana aconteceu em Charitas, na Zona Sul de Niterói.
Na Rocinha, carros chegaram a ser arrastados , e sirenes de alerta foram acionadas para que os moradores procurassem lugares seguros.
Um homem foi arrastado pela correnteza na Rocinha, conseguiu se salvar e passa bem. Não há outros registros de vítimas da chuva.
Em Copacabana, na Zona Sul, os ventos chegaram a 110 km/h, segundo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Árvores ficaram destruídas na Rua Francisco Sá e outras vias do bairro ficaram alagadas.
Pelo menos 5 árvores caíram na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, entre as ruas Miguel Lemos e Raimundo Correia. O trecho da via está parcialmente interditado.
O túnel Zuzu Angel, interditado após a queda de uma árvore, teve uma faixa liberada em cada sentido por volta da 1h50.
A queda de outra árvore também fechou o túnel Santa Bárbara, em Laranjeiras. Equipes da Prefeitura foram acionadas e atuam no desbloqueio das vias.
De acordo com a Defesa Civil do estado, foram registrados 250 pedidos de corte de árvore na cidade.
Em São Conrado, também na Zona Sul, o saguão do hotel Sheraton, um dos mais luxuosos do Rio, ficou alagado. Móveis boiavam enquanto hóspedes e funcionários ficaram com a água pelos joelhos.
Uma estação de cross fit também ficou inundada. No vídeo abaixo, é possível ver os alunos com a água pela cintura.
No bairro do Leblon, parte do teto de um shopping desabou, e o local ficou alagado. Não houve feridos.
Em um prédio residencial, a água da chuva chegou a escorrer pelo elevador.
De acordo com a Defesa Civil, choveu em quase 5 horas mais do que o esperado para todo o mês de fevereiro. Rocinha e Vidigal foram as áreas que registraram maior volume de chuva.
Entre 18h e 22h45 choveu 140,8 milímetros na comunidade da Rocinha, o que equivale a 49,1% de chuva a mais do que a média histórica em todo o mês. Em fevereiro, a média de chuva na Rocinha é de 94,4 mm.
No Vidigal, choveu 133,8 milímetros no mesmo horário. A água que caiu corresponde a 53,2% a mais que a média para fevereiro inteiro. No mês, na comunidade, a média é de 87,4 mm.