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Candidatos são investigados pelo PRE-RJ por apologia à maconha

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A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) no Rio de Janeiro pediu nesta sexta-feira (26) à Promotoria Eleitoral na capital a abertura imediata de investigação contra os candidatos a vereador André Barros e Renato Cinco, ambos do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), por suspeita de apologia às drogas.

Segundo o procurador regional eleitoral Sidney Madruga, em um vídeo de propaganda, Barros incita de forma explícita o consumo de maconha, ao fazer alusões com palavras e imagens ao entorpecente. Já Renato Cinco, no portal de sua candidatura, exibe logotipo alusivo à droga, de acordo com o procurador.

Madruga quer que seja apurado se Barros e Cinco cometeram apologia ao crime, e destaca que o artigo 287 do Código Penal prevê que fazer apologia de fato criminoso ou autor de crime tem pena prevista de três a seis meses de detenção, além de multa. Nas representações, a PRE encaminhou ao Ministério Público Estadual um vídeo da campanha de Barros e um fac-símile do portal de Cinco.

“Não se trata de liberdade de expressão, a exemplo da ‘marcha da maconha’, mas sim da utilização de um instrumento valioso de campanha eleitoral, que é a propaganda, como bandeira favorável ao consumo e à legalização. Esse não é e não pode ser o caminho”, afirma o procurador.

Efeitos adversos da maconha

Maconheiro é louco para dizer que maconha não vicia nem faz mal.

Vou resumir uma revisão da literatura sobre os efeitos adversos da maconha, publicada no The New England Journal of Medicine, por pesquisadores americanos do National Institute on Drug Abuse:

1) Dependência

Os inquéritos mostram que 9% dos que experimentam se tornam dependentes. Esse número chega a um em cada seis, no caso daqueles que começam a usá-la na adolescência. Entre os que fazem uso diário, 25% a 50% exibem sintomas de dependência.

Comparados com os que começaram a fumar na vida adulta, os que o fizeram enquanto adolescentes apresentam duas a quatro vezes mais sintomas de dependência, quando avaliados dois anos depois de fumar o primeiro baseado.

Uma vez instalada a dependência, surgem crises de abstinência: irritabilidade, insônia, instabilidade de humor e ansiedade.

2) Alterações cerebrais

Da fase pré-natal aos 21 anos de idade, o cérebro está em estado de desenvolvimento ativo, guiado pelas experiências. Nesse período, fica mais vulnerável aos insultos ambientais e à exposição a drogas como o tetrahidrocanabinol (THC).

Adultos que se tornaram usuários na adolescência, apresentam menos conexões entre neurônios em áreas específicas do cérebro que controlam funções como aprendizado e memória (hipocampo), atenção e percepção consciente (precúneo), controle inibitório e tomada de decisões (lobo pré-frontal), hábitos e rotinas (redes subcorticais).

Essas alterações podem explicar as dificuldades de aprendizado e o QI mais baixo dos adultos jovens que fumam desde a adolescência.

3) Porta de entrada

Qualquer droga psicoativa pode moldar o cérebro para respostas exacerbadas a outras drogas. Nesse sentido, o THC não é mais nocivo do que o álcool e a nicotina.

4) Transtornos mentais

O uso regular aumenta o risco de crises de ansiedade, depressão e psicoses, em pessoas com vulnerabilidade genética. Uso frequente, em doses elevadas, durante mais tempo, modificam o curso da esquizofrenia, e reduzem de dois a seis anos o tempo para a ocorrência do primeiro surto.

O que os estudos não conseguem estabelecer é a causalidade, isto é, se a maconha provoca esses distúrbios ou se os portadores deles usam a droga para aliviar suas angústias.

5) Performance escolar

Na fase de intoxicação aguda, o THC interfere com funções cognitivas críticas, efeito que se mantém por alguns dias. O fato de a ação no sistema nervoso central persistir mesmo depois da eliminação do THC, faz supor que o uso continuado, em doses elevadas, provoque deficiências cognitivas duradouras, que afetam a memória e a atenção, funções essenciais para o aprendizado.

Essas relações, no entanto, são muito mais complexas do que os estudos sugerem. O uso de maconha é mais frequente em situações sociais que interferem diretamente com a escolaridade: pobreza, desemprego, falta de estímulos culturais, insatisfação com a vida e desinteresse pela escola.

6) Acidentes

A exposição ao THC compromete a habilidade de dirigir. Há uma relação direta entre as concentrações de THC na corrente sanguínea e a probabilidade de acidentes no trânsito.

7) Câncer e doenças pulmonares

Embora a relação entre maconha e câncer de pulmão não possa ser afastada, o risco é menor do que aquele associado ao fumo.

Por outro lado, fumar maconha com regularidade, durante anos, provoca inflamação das vias aéreas, aumenta a resistência à passagem do ar pelos brônquios e diminui a elasticidade do tecido pulmonar, alterações associadas ao enfisema pulmonar. Não há demonstração de que o uso ocasional cause esses malefícios.

O uso frequente agride a parede interna das artérias e predispõe ao infarto do miocárdio, derrame cerebral e isquemias transitórias.

Nos Estados Unidos, país em que a maioria desses estudos foram realizados, o conteúdo de THC na maconha apreendida aumentou de 3% nos anos 1980, para 12% em 2012. O aumento da concentração do componente ativo dificulta ainda mais a interpretação dos estudos sobre os efeitos do uso prolongado.

 

(Site Drauzio Varella)

1 comentário em "Candidatos são investigados pelo PRE-RJ por apologia à maconha"

  1. FAFY SIQUEIRA – Maconheiro (RMMR CLUB MIX by Djs Ramilson Maia e Miro Rizzo)

    RMMR by Djs Ramilson Maia e Miro Rizzo

    https://www.youtube.com/watch?v=g5bpTn2_FkQ