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Medicamentos contra impotência pode estar ligado a câncer de pele

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A ingestão de medicamentos para impotência, como o Viagra, pode estar associada a um risco aumentado de desenvolver melanoma, um câncer de pele agressivo, de acordo um estudo publicado nesta terça-feira que não estabelece, porém, uma relação de causa e efeito. A enzima denominada PDE5, que é o alvo dessas drogas contra a impotência, também desempenharia um papel no desenvolvimento de melanomas. Diante disso, os oncologistas questionam se as moléculas dos princípios ativos que compõem remédios como o Viagra – as quais neutralizam essa enzima para tratar a disfunção erétil – favorecem a formação de melanomas, explicam os pesquisadores. O estudo foi realizado com base em 20.000 casos médicos registrados na Suécia entre 2006 e 2012, principalmente entre homens brancos, e aparece publicado no Journal of American Medical Association (JAMA). Entre as cerca de 4.065 pessoas diagnosticadas com melanoma no intervalo da pesquisa, 435 (11%) tomavam Viagra ou algum medicamento equivalente, como Levitra, ou Cialis. Uma análise desses dados em comparação com um grupo de controle mostra um risco ligeiramente aumentado de melanoma (+21%) entre os homens que ingeriam um desses três medicamentos. Embora o aumento do risco seja modesto, é considerado “estatisticamente significativo”. Estes medicamentos foram associados a alguns melanomas pouco avançados. Os pesquisadores também descobriram uma pequena correlação entre essas moléculas e um risco aumentado (19%) de carcinoma de células basais, um outro tipo de câncer de pele facilmente tratável que se desenvolve de forma diferente do melanoma. O risco de desenvolver esse tipo de câncer é similar entre os homens que tomaram um destes três medicamentos entre períodos curtos, ou longos. Para os autores desse estudo, o fato de não haver diferença no risco entre homens que tomaram esses medicamentos por um longo tempo e aqueles que ingeriram por um curto período levanta questões sobre a existência de um nexo de causalidade com o melanoma. A maioria dos homens que participaram da investigação e que tomavam Viagra (ou droga equivalente) tem um nível de educação mais elevado, assim como alta renda anual. Segundo os pesquisadores, tais fatores também estariam ligados a um risco aumentado de desenvolver este tipo de câncer. “Nossa pesquisa mostra que os homens que têm maior risco de desenvolver melanoma têm rendimentos elevados, os quais lhes permitem tirar mais férias em lugares onde são expostos ao sol e também podem pagar por esses medicamentos, que são muito caros”, explica o urologista Stacy Loeb, do Langone Medical Center, da Universidade de Nova York, principal autor do trabalho.