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Padre exorcista do Vaticano declarou que desafio Charlie pode causar ‘piores consequências’

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Um exorcista do Vaticano resolveu alertar jovens e adolescentes que têm entrado na nova onda de “invocar espíritos” conhecida como “Desafio Charlie Charlie. Segundo o padre espanhol José Antonio Fortea, espíritos podem realmente aparecer e ninguém vai gostar do que vier em seguida, contou ao tabloide britânico Mirror. “Alguns espíritos que estão na origem dessa prática vão perturbar participantes desse jogo”, afirmou o padre. “As pessoas realmente podem sofrer as piores consequências por causa desses demônios”, alertou. Ele acrescentou que não é provável que pessoas sejam possuídas por demônios durante a brincadeira Charlie Charlie, mas disse que não é impossível.A nova mania nas redes sociais consiste em um ritual de invocação de um espírito que atende por “Charlie”. Diversos vídeos são publicados nas mídias sociais mostrando a brincadeira na qual se cruzam dois lápis sobre um papel com as palavras “sim” e “não” escritas. “Charlie, Charlie, você está aqui?” perguntam em seguida os curiosos. Segundo um texto que circula na Internet, a brincadeira é tradicional no México. Nem todos acreditam, no entanto, alguns se assustam com as respostas de Charlie, gritam e correm.

O ritual de invocação de espíritos causou tumulto na Escola de Tempo Integral José Carlos Mestrinho, localizada na Zona Sul de Manaus, na quarta-feira (27). Segundo alunos ouvidos , estudantes passaram mal após a brincadeira “Charlie Charlie”. Nesta quinta-feira (28), a direção da unidade convocou uma reunião com pais de alunos e com o Conselho Tutelar da área.

A Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc) informou que ao menos quatro unidades da capital registraram confusão em razão da brincadeira.

Imagens que teriam sido registradas no momento da confusão mostram estudantes sendo socorridos. Uma aluna é retirada de uma das salas. Ela é levada em uma maca e uma outra é carregada por um homem. “Ela estava delirando, não falando ‘coisa com coisa’, falando que não era pra deixar ninguém levar ela (sic)”, disse Magrizaira Raitz, mãe de um dos alunos da escola.

Os estudantes disseram que alguns professores chegaram a pedir que a brincadeira parasse. À Rede Amazônica, familiares de alunos disseram que os jovens estão traumatizados e que não querem mais ir para a escola.

Relatos apontam que houve confusão nos corredores da escola, situada no bairro Crespo.

“Ontem, uma menina do 8º ano começou com a brincadeira do ‘Charlie’. Uma menina disse que viu o ‘demônio’, e outra começou a ver e espalhar para escola toda. As meninas começaram a desmaiar, ter convulsões, os pequenos do 1º ao 6º ano começaram a se enforcar a se bater”, disse uma das alunas da escola. Ela não quis ser identificada.

A avó de alunos que estudam na unidade afirmou que os netos relataram situação de caos. “Tinha bastante criança jogada no chão sem saber o que estava acontecendo”, afirmou. “Meus netos chegaram contando que uma garota que estava com o lápis chamando pelo nome de um espírito que já morreu, e aí começaram a ‘pegar’ espírito”, acrescentou a avó, que também não quis ser identificada.

Nesta sexta-feira (28), um aviso no portão da escola informava sobre uma reunião com pais. A reportagem não teve acesso ao encontro. A mãe de uma estudante que participou da reunião disse que a direção da escola irá apurar o caso e identificará alunos envolvidos na confusão.

“O que a diretora da escola falou foi que era proibido a entrada de celular na escola, que isso não foi de responsabilidade deles e sim das crianças que entraram com o celular e estavam vendo os vídeos e que eles iam tomar providencias sobre essa criança que fez essa brincadeira. Falaram que eles não podiam realmente ter liberado as crinças ontem do jeito que ele estavam, desesperados, devido ao monte de criança desmaiada, vomitando”, relatou a mãe, que não quis ser identificada.

O Conselho Tutelar da área também participou da reunião. “A gente vai primeiro ver o que realmente aconteceu para dar os encaminhamentos devidos”, disse a conselheira Maria Dalva Guimarães.

A Secretaria de Estado de Educação do Amazonas informou, por meio de nota, que as ocorrências estão sendo acompanhadas pelas Coordenadorias Distritais de Educação. “As escolas com casos recentemente notificados foram instruídas a dialogar com os pais de modo a fazer cumprir os regimentos internos escolares”, diz.