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Sal que não contém sódio evita que pressão arterial suba

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Já está à venda um novo sal sem sódio, substância considerada vilã da saúde cardíaca. Trata-se do Bio Salgante, primeiro produto do tipo produzido no país. Fabricantes garantem que o sabor é o mesmo do sal de cozinha.

O salgante vem na versão em pó, mas a principal diferença está no preço — 100 gramas do produto custam R$ 16,90. A compra só pode ser feita pela internet e é cobrado frete . De acordo com o sócio-diretor da empresa Matrix Health, responsável pela novidade, até o fim do ano o produto deverá estar nas prateleiras de lojas e mercados do Rio.

Em vez do cloreto de sódio, o Bio Salgante possui cloreto de potássio, além de iodo e realçador de sabor. O produto foi testado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em ratos sem hipertensão e hipertensos. Após alguns dias de consumo da dose equivalente à recomendada para ingestão humana de sal comum, tanto os saudáveis como os hipertensos apresentaram aumento da pressão arterial. Com o Bio Salgante, os dois grupos mantiveram os mesmos índices de pressão.

“O público alvo é o hipertenso, mas como o brasileiro consome muito sal, não só as pessoas com pressão alta serão beneficiadas com uma alternativa ao sal comum”, disse o diretor da empresa, acrescentando que apenas pacientes com insuficiência renal crônica não podem usar o Bio Salgante.

O produto é adequado para qualquer alimento, mas não pode ser submetido a temperatura maior do que 180 graus para não perder o sabor. O gosto, Nilson garante, é 90% parecido com o sal comum. “Fizemos testes cegos com pessoas e a maioria não conseguiu perceber a diferença. Rasparam o prato”.

Alternativa: use temperos para dar gosto

Como o preço do novo produto é elevado, o jeito é ter criatividade na hora de cozinhar. Para substituir o sal, Stephan Lachtermacher, cardiologista do Instituto Nacional de Cardiologia, recomenda o uso de temperos como coentro, manjericão, cebolinha e alho. “A hipertensão pode levar a AVC e infarto”.

Até o Bio Salgante ficar pronto, foram cinco anos de pesquisas, lideradas pelo farmacêutico Massayoshi Yoshida, do Centro de Biotecnologia da Amazônia. Em março, o produto foi registrado na Anvisa como ‘novo alimento’, já que a formulação é inédita e por conter ingredientes que necessitavam de avaliação de segurança.