A Primeira Vara Federal Criminal aceitou denúncia contra o ex-superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Carlos Fernando de Souza Leão Andrade. Ele é acusado de ter expedido ilegalmente a autorização prévia para a demolição da marquise do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, em 2011, durante a reforma feita para a Copa do Mundo de 2014.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Andrade não poderia ter autorizado, já que a obra descaracterizaria o aspecto e a estrutura do Maracanã, tombado pelo Iphan desde 2000. Ainda segundo o MPF, o Conselho Consultivo do órgão, em Brasília, considerou irregular o ato do ex-superintendente.
Durante a reforma, a marquise que cobria a arquibancada do estádio foi demolida e substituída por uma cobertura de lona. Uma outra servidora também foi denunciada por ter dado um parecer favorável à demolição três semanas após a autorização do ex-superintendente.
Andrade diz que ainda não foi notificado pela Justiça e, portanto, desconhece o teor da denúncia. “O Ministério Público pode ter considerado ilegal, mas isso não torna a ação ilegal. Tenho que tomar conhecimento [da ação] e quais são as acusações que o juiz acatou. Não sei o que consta no processo e não posso entrar em considerações”, disse o ex-superintendente.
Carlos Fernando de Souza Leão Andrade responde pelo crime de alteração de aspecto ou estrutura de edificação protegida por lei, previsto no artigo 63 da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998), que prevê pena de um a três anos de prisão e multa.
Histórica, a cobertura de concreto do Maracanã, datada de sua inauguração em 1950,foi demolida para a reforma do estádio A construtora responsável, optou por um modelo com membranas tensionadas na estrutura, com o teto coberto de imensas lonas produzidas com teflon e fibra de vidro.
A lona tem 68,4 metros de comprimento e foi esticada, o suficiente para proteger 75 mil dos 78.639 lugares da nova arena. Porém, vai demorar um pouco para o torcedor se acostumar com esse novo visual do velho Maraca.
Na primeira forte chuva desde o início da instalação a cobertura ficou com água acumulada e trabalhadores precisaram tirar a água acumulada com balde na mão e sem equipamento de segurança .
(Agência Brasil)


