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Torcedores corintianos são soltos na Bolívia após quatro meses na prisão

Foto: Reprodução TV 

Sete dos 12 torcedores presos após a morte de Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, durante uma partida entre San José e Corinthians, em Oruro, na Bolívia, foram soltos no início da noite desta quinta-feira (6), no horário de Brasília. Eles devem chegar ao Brasil no fim da tarde deste sábado (8) ou na manhã de domingo (9).

O grupo é acusado de participação na morte do jovem, que foi atingido por um sinalizador marítimo durante o jogo no Estádio do San José pela primeira fase da Taça Libertadores da América.

Os corintianos passaram mais de 100 dias na Penitenciária de San Pedro, em Oruro. No entanto, segundo os advogados do consulado brasileiro em La Paz, os torcedores foram soltos por falta de provas.

Após a prisão dos 12 torcedores, um jovem de 17 anos assumiu ter disparado o sinalizador que causou a morte de Kevin no estádio onde a partida acontecia. O adolescente afirmou ao promotor boliviano Alfredo Canaviri Santos que não sabia que o artefato comprado de um ambulante na região da Rua 25 de Março era explosivo.

O promotor veio ao Brasil e ouviu o menor no Consulado da Bolívia, na Avenida Paulista, no início de maio, mas a situação dos 12 corintianos não sofreu alterações. Eles reclamam que mesmo após a confissão do jovem, continuaram presos e sendo acusados pela morte de Kevin.

Em abril, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, chegou a se reunir com autoridades bolivianas em Sucre e questionou a situação dos 12 corintianos presos. Como o depoimento foi dado no Consulado da Bolívia, na prática ele foi prestado em território boliviano. É como se o menor tivesse ido ao país vizinho para prestar esclarecimentos. O fim das investigações estava previsto somente para agosto.

A viagem de volta dos sete torcedores está sendo organizada pela embaixada brasileira na Bolívia. O próximo passo agora é providenciar a soltura dos outros cinco torcedores. “Continuaremos com a articulação com as instituições bolivianas todos os dias quanto à situação dos outros cinco que permanecem em Oruro”, destacou Cardozo, em nota divulgada pela assessoria do ministério.

O ministro comemorou a libertação dos torcedores. “Nós tivemos uma postura respeitosa com o governo boliviano. Respeitamos a sua soberania e acho que estamos caminhando para a solução desse problema. Fico muito feliz com esse resultado, porque quando confiei que o governo boliviano atenderia àquilo que seria o correto do ponto de vista legal, acho que não me enganei”, ponderou.

O Sport Club Corinthians também manifestou em nota divulgada em seu site extrema satisfação pela soltura dos torcedores, presos desde 20 de fevereiro. O Corinthians destacou ainda o empenho do presidente do clube, Mário Gobbi Filho, em negociar a libertação dos torcedores com as autoridades bolivianas, em conjunto com o Governo Federal.

Confira a nota na íntegra:

Nesta quinta-feira (06), o Sport Club Corinthians Paulista recebeu com extrema felicidade a notícia da libertação de sete dos 12 cidadãos brasileiros – e torcedores corinthianos –, que estavam presos na cidade de Oruro, na Bolívia, desde 20 de fevereiro.

Um dia após o triste falecimento do garoto Kelvin Beltrán Espada, em entrevista coletiva concedida no CT Dr. Joaquim Grava, o presidente Mário Gobbi Filho iniciou a defesa dos 12 cidadãos brasileiros, que haviam sido detidos sem prova alguma. Desde então, o Sport Club Corinthians Paulista trabalhou incessantemente, em conjunto com o Governo Federal, para lutar pelos direitos dos seus torcedores.

Ao longo dos mais de 100 dias, o presidente Mário Gobbi Filho e o secretário geral Ronaldo Ximenes viajaram a Brasília-DF para realizar reuniões com José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, e Antônio de Aguiar Patriota, ministro das Relações Exteriores; receberam os familiares dos brasileiros detidos no Parque São Jorge; e mantiveram contatos diários com os dois ministérios citados. Durante o período, o Sport Club Corinthians Paulista também teve o apoio do eterno presidente Andrés Sanchez para reforçar a sua atuação.

A felicidade pela libertação dos sete cidadãos brasileiros, no entanto, não é maior que a força e o engajamento com que o Sport Club Corinthians Paulista seguirá trabalhando para que todos os outros cinco torcedores tenham os seus direitos respeitados.