Noticias

Funcionária da prefeitura de Belém morre em decorrencia de susto com manifestação

Uma funcionária da Prefeitura de Belém (PA), que trabalhava na limpeza das ruas durante o protesto ocorrido ontem (20) na capital paraense, morreu na manhã desta sexta-feira (21). Foi a segunda morte em decorrência das manifestações registradas desde a semana passada em várias cidades brasileiras.

De acordo com o secretário municipal de Saneamento, Luiz Otávio Mota, a gari Cleonice Vieira de Moraes, 51 anos, que era hipertensa, assustou-se com a ação da polícia para conter manifestantes que tentavam invadir a prefeitura e atiravam pedras contra o prefeito Zenaldo Coutinho. O incidente ocorreu no momento em que o prefeito descia do gabinete para receber uma comissão de manifestantes. Ele negou que a funcionária tenha inalado gás lacrimogêneo.

“Foi uma fatalidade que lamentamos muito. A polícia precisou reagir de forma mais enérgica porque uma minoria exaltada se recusou ao diálogo e tentava depredar o patrimônio público. Os policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo e acionaram spray de pimenta, mas a servidora estava distante do local do tumulto. Ela se assustou com a correria e passou mal”, disse.

De acordo com o secretário, a gari foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e levada para o Pronto-Socorro Municipal do Guamá, onde morreu por volta das 7h de hoje. O secretário garantiu que a prefeitura presta apoio à família da vítima.

De acordo com a Polícia Militar (PM), o protesto reuniu cerca de 15 mil pessoas e seguiu pacífico até os manifestantes chegarem à sede da prefeitura. Lá, eles tentaram forçar a entrada duas vezes, mas foram impedidos pela Tropa de Choque e pela Guarda Municipal. Pelo menos 30 pessoas foram detidas durante a manifestação.

A outra morte em decorrência das manifestações ocorreu na noite de ontem (20), quando o estudante Marcos Delefrate, de 18 anos, foi atropelado em Ribeirão Preto (SP). Além de Marcos, foram atropelados 12 manifestantes, dos quais quatro ficaram feridos. A Prefeitura de Ribeirão Preto decretou luto oficial de três dias.

Prefeitura de Ribeirão Preto decreta luto oficial por causa da morte de manifestante

 A prefeitura de Ribeirão Preto, município do interior de São Paulo a 313 quilômetros da capital paulista, decretou, hoje (21), luto oficial de três dias pela morte do estudante Marcos Delefrate, de 18 anos, atropelado durante manifestação na noite de ontem. Segundo a Polícia Militar (PM), o protesto reuniu 20 mil pessoas na cidade, que tem mais de 600 mil habitantes. O corpo do jovem será enterrado às 16h no Cemitério Bom Pastor, no Jardim Zara.

Além de Marcos, foram atropelados 12 manifestantes, dos quais quatro ficaram feridos. Uma mulher que teve fraturas na pélvis segue internada no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, em estado grave.

O delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Paulo Henrique Martins de Castro, disse que o empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo dirigia o automóvel Land Rover, de cor preta, que avançou contra a multidão de manifestantes no cruzamento das avenidas João Fiúza e Adolfo Molina. Ele continua foragido.

Castro informou que o veículo está em nome de uma empresa e foi localizado na casa de Alexsandro. O carro foi apreendido, passou por perícia e o laudo deve sair em 15 dias.

A identificação do acusado foi feita, segundo o delegado, por meio de imagens e testemunhas. Alexsandro está sendo acusado de tentativa de homicídio em decorrência das pessoas feridas, lesão corporal, omissão de socorro e homicídio doloso pela morte de Marcos Delefrate.

Ontem, a Polícia Militar divulgou um vídeo em que é possível ver o motorista discutindo com alguns ativistas, que revidaram com pancadas na lataria do carro. Após isso, o carro avançou sobre os manifestantes. O empresário fugiu sem prestar socorro.

Da Agência Brasil