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Empresa americana quer patentear o domínio do nome amazonas na internet

 

 

Parlamentares e entidades governamentais realizaram, nesta quarta-feira (19), um ato no Senado para lançamento de campanha com o objetivo de impedir que a empresa Amazon possa patentear o domínio  .amazon na internet.

Vanessa Grazziotin explicou que, caso o pleito da empresa seja aprovado, qualquer país ou entidade que tiver interesse de registrar um site com o final .amazon terá que pedir autorização prévia e efetivar um pagamento à empresa americana. Ela se manifestou contrária à proposta ressaltando que a denominação amazon, que significa amazônia em inglês, deve permanecer pública.

O encontro desta quarta-feira (19) precedeu audiência pública que será realizada, às 9h desta quinta-feira (20), pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado. A comissão debaterá o assunto de maneira mais aprofundada com os embaixadores da OTCA e outros convidados.

O pedido da empresa privada americana foi feito à ICANN, sigla em inglês para Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números, responsável pela coordenação global do sistema de identificadores exclusivos da Internet

Denominada de “Nossa Amazônia – Contra a privatização do nome Amazônia”, a campanha consiste no lançamento de uma petição eletrônica que pretende recolher milhares de assinaturas no abaixo-assinado que será entregue na reunião do Comitê Gestor de Governos (GAC) da ICAAN no próximo mês, na África. A petição já está disponível no endereço www.nossaamazônia.org.br.

Protestos

Os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM) e João Capiberibe (PSB-AP) também protestaram contra o pedido. Para Eduardo Braga, é uma falta de ética da empresa querer se apropriar do nome característico de uma região brasileira.

– A Amazônia não pertence aos Estados Unidos nem aos americanos do norte. Pertence a nós, americanos do sul. Há um certo oportunismo com uma marca que pertence a um povo, pertence a uma região – disse.

O secretário geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, Robby Ramlakha ressaltou que o movimento contrário à privatização do nome não é só do Brasil, mas de todos os oito países que compõem a Amazônia Global. Ele alertou que o bioma não é meramente uma referência geográfica, mas uma identidade que precisa ser protegida.

O coordenador-geral do Grupo de Trabalho da Amazônia, Rubens Gomes afirmou que não poupará esforços para mobilizar a sociedade a favor da campanha. Ele destacou que o grupo envolve mais de 600 entidades representantivas e está presente em nove estados brasileiros.

– Gostaria de aqui, em nome dos movimentos sociais da Amazônia Brasileira pedir a todos os presentes que assinem a petição e compartilhem em suas redes para que tenhamos o maior número possível de adesões – solicitou.

Estavam presentes ao ato o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia do Itamaraty, Benedicto Fonseca Filho; o secretário-executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), Hartmut Richard Glaser; o diretor da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), José Torven; o presidente da Associação Nacional de Inclusão Digital, Percival de Souza; e representantes das Embaixadas de Suriname, Guyana, Equador, Colômbia e Peru.

Agência Senado